quarta-feira, 30 de junho de 2010

Resumo e Materiais do PAG VI - Senso de Urgência

Olá Amigos,

Aqui está um breve resumo de nosso encontro do último dia 25/06. O tema principal abordado foi o Senso de Urgência.

Primeiramente fizemos uma reflexão sobre os 5 encontros que tivemos anteriormente, o que aprendemos até agora e que dificuldade estamos tendo para colocar em prática muitas das propostas e ações que aprendemos. Pensando um pouco sobre estas dificuldades, o Bayard iniciou a apresentação do estudo sobre as empresas que fracassaram em Blumenau.

- Foi visto que entre as 100 maiores empresas da região em 1987, somente 62% estão vivas em 2009.

- Entre as desaparecidas, cerca de 40% eram comércio e 60% eram indústria.

- Entre as principais causas dos insucessos, 18% estavam relacionadas à Governança (Discórdias Familiares, Discórdias Entre Sócios ou Falecimento do Fundador) e 82% relacionadas a problemas de Gestão e Liderança (Dificuldades Financeiras oriundas de Decisões relacionadas à adequação de modelo de negócios ou não desenvolvimento de competências fundamentais).

Como complemento muito pertinente ao estudo do Bayard, apresentamos os passos do declínio corporativo, conforme abordado no novo livro/pesquisa de Jim Collins - Como as Gigantes Caem. Este estudo buscou entender o padrão que existe na maioria dos insucessos corporativos.

As 5 fases do declínio abordadas foram:

1 - As Atitudes provenientes do Sucesso

2 - A Busca indisciplinada por Mais

3 - A Negação dos Riscos e Ameaças

4 - A Busca Desesperada pela Salvação

5 - Entrega à Morte ou Irrelevância

Uma vez entendidos os passos, procuramos identificar em nossas próprias empresas ou vida, algumas experiências que pudessem comprovar estes passos de declínio apresentados por Collins. Pudemos constatar que a experiência de alguns colegas com suas empresas no passado refletiram integralmente os passos apresentados, e que, em empresas de pequeno porte, estes 5 passos podem ocorrer com uma dinâmica muito mais rápida e avassaladora.

Voltamos então nossos estudos para o primeiro dos 5 passos: As Atitudes Provenientes do Sucesso. E procuramos explorar e entender quais seriam estas atitudes. Porque qualquer sucesso, pontual ou contínuo, pode ser tão perigoso.

Introduzindo os conceitos de Philip Kotter (Senso de Urgência e Seu Iceberg está Derretendo) vimos que uma das atitudes mais graves produzidas pelo sucesso é a Complacência, ou seja, aquela atitude que faz as pessoas pensarem que estão sempre certas, e se sentirem felizes com o status-quo.

Vimos que a atitude de Complacência faz com que pequenos problemas não sejam abordados e sejam considerados irrelevantes. O acúmulo ou a repetição destes pequenos problemas faz com que as pessoas comecem a se sentir impotentes diante de tantas melhorias que precisam ser feitas, isso trás ansiedade, agendas cheias, fazer fazer, e falta de tempo pra tudo. O que é chamado de Falsa Urgência.

Fizemos então uma pequena avaliação para ver se estávamos ou não inseridos em um contexto de Complacência ou Falsa Urgência. Isso nos fez enxergar porque muitas das soluções e ações que identificamos como relevantes no PAG não conseguem, muitas vezes, ser satisfatoriamente implantadas.

Conhecemos também uma figura importante que permeia nossas vidas. A figura do Não-Não. O Não-Não é o guardião do status-quo, da complacência e da falsa urgência. Ele sempre está disposto ou preparado para minar qualquer esforço de mudança com sua inteligência, sua experiência, e seus fatos e dados. Vimos também que todos nós podemos manifestar comportamentos Não-Não, e que devemos nos policiar quanto a isso.

Porém existem aquele tipo de Não-Não crônico, que precisamos lidar caso queiramos efetivar uma mudança em nossa empresa, ou em nossa vida.

Como podemos então combater a Complacência e a Falsa Urgência em nossas organizações?

O desafio é Manter a Disciplina e desenvolver um Senso de Urgência. Senso de Urgência é a consciência permanente de que ameaças e oportunidades estão em todos os lugares, portanto exigem sempre a necessidade de agirmos JÁ e não esperar para depois. É necessário um comportamento sempre alerta, com foco total no que é realmente importante, chamando para si a responsabilidade e chamando as pessoas para ação imediata. Por isso, as pessoas com Senso de Urgência estão sempre eliminando coisas pequenas da agenda e abrindo espaço para coisas realmente importantes.

Então, como desenvolver o Senso de Urgência ?

Isso pode ser feito com uma Estratégia e quatro Táticas:

- Estratégia: Tocar os Corações

Despertar a necessidade de mudança nas pessoas exige muito mais do que explicações racionais. Na verdade, somente com a lógica racional a chance de conseguirmos fazer com que outras pessoas abracem a nossa causa é muito pequena. Para fazer com que as pessoas realmente mudem sua atitude, sua maneira de trabalhar, é preciso utilizar da arma emocional. É preciso tocar o sentimento das pessoas. Fazê-las sentir a importância e não somente ver e analisar esta importância. Nesse sentido, a forma de abordar, apresentar, comunicar, conversar com as pessoas é muito importante. Não podemos ser simplesmente explanativos, precisamos colocar nosso coração nas palavras.

- Táticas:

1 - Estar sempre Trazendo o Mundo de Fora para Dentro da Empresa.

O mundo de fora está sempre cheio de ameaças e oportunidades. As pessoas complacentes vivem sem se preocupar com o mundo de fora. E as pessoas com falsa urgência até se preocupam, mas não têm tempo para tratar do assunto. Portanto, quanto trazemos para dentro da empresa as preocupações e reclamações dos clientes, as novas tecnologias e as ameaças de mercado, e quando fazemos isso tocando o coração das pessoas, estamos criando o Senso de Urgência.

2 - Se Comportar com Urgência todos os Dias, todos os Momentos

Este talvez seja um grande desafio porque requer mudança de atitude, primeiro temos que nós próprios nos sentir tocados, e então assumir o compromisso de agir com urgência. Isso significa manifestar urgência em todas as nossas interações (conversas, email, telefonemas etc...) e tomar o cuidado de não manifestar certas emoções como Contentamento, Ansiedade ou Nervosismo. Lembrando sempre que quando somos líderes, nossas emoções são a maior fonte de comportamentos complacentes ou falsamente urgentes nas pessoas (e nós não percebemos isso). Nossa função é mantê-las sempre alertas.

3 - Encontrar sempre Oportunidade nas Crises ou nos Problemas

Crises ou problemas são grandes oportunidades para despertar sentimentos e manter as pessoas sempre alertas. Porém, quando agimos com Senso de Urgência, procuramos enxergar as Oportunidades que existem em todas as Crises e Problemas, e assim mostrar para as pessoas onde está a prioridade.

4 - Saber lidar com os Não-Nãos

Para lidar com os Não-Nãos, vimos que existem 2 coisas erradas e 3 coisas certas que podem ser feitas:

A primeira coisa errada é tentar convencer ou envolver o Não-Não na iniciativa de mudança. Eles vão utilizar toda sua astúcia para minar este processo.

A segunda coisa errada é ignorar os Não-Nãos e deixá-los totalmente fora da iniciativa de mudança. Eles irão minar por fora, ou seja, onde quer que tenham influência, tratarão de bloquear muito sutilmente a iniciativa.

A primeira coisa certa a ser feita quando lidando com Não-Não é distraí-lo, ou seja, se ele trás bons resultados para a empresa, colocá-lo em um projeto distante ou um trabalho que o deixe extremamente ocupado, onde ele não tenha tempo para minar a iniciativa de mudança.

A segunda coisa certa é eliminar o Não-Não, utilizando qualquer que seja a abordagem que a empresa possa utilizar para minimizar seu risco no processos.

Finalmente a terceira coisa certa, que é submeter o Não-Não à pressão do Grupo. Expor o COMPORTAMENTO Não-Não ao grupo e fazer com que o grupo firme um acordo de combater esse tipo de comportamento sempre que ele apareça. Isso faz com que o Não-Não se sinta em uma situação desconfortável e não manifeste seu comportamento, podendo até mesmo começar a contribuir com o grupo.

Analisando estas 4 táticas, vimos que já possuímos a muito tempo, uma ferramenta que nos permite executar 3 delas. Nosso BSC, no formato que foi implementado, faz com que sistematicamente o mundo de fora seja trazido para dentro, que sejam identificadas oportunidades em problemas, e que as pessoas sejam submetidas a uma pressão de grupo.

Nossa ferramenta de BSC se encaixa como uma luva na proposta de Kotter, e nós já estamos tentando implantar esta consciência a muito tempo. Porém, estamos identificando que o insucesso de algumas iniciativas de implantação ocorrem justamente porque as pessoas que fazem parte do BSC ou estão entregues à Complacência, ou inseridas em um contexto de Falsa Urgência. E os relatórios do BSC perdem o sentido porque passam justamente a retratar ou esta complacência (situação onde as pessoas não trazem iniciativa nenhuma) ou esta falsa urgência (situação onde as ações são somente para resolver problemas e não acrescentam nada importante). Ambas geram frustrações. Porém o problema não está na ferramenta, pelo contrário, a ferramenta pode ajudar muito com as táticas, se começarmos a trabalhar com Senso de Urgência.

Este é nosso desafio a partir de já !!!

Um grande abraço,
Renan

Aqui está o material do PAG VI

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Programação PAG VI - 24/06

Caros Amigos,

Para nosso próximo encontro do PAG, eu e o Bayard estamos preparando algo inovador. Jim Collins acabou de lançar um livro chamado “Como as Gigantes Caem”. Este é talvez o primeiro livro de negócios que, ao invés de estudar o sucesso, estuda o fracasso das empresas. Estuda os elementos comuns entre diversas empresas que em determinado momento foram exemplos de sucesso, mas que entraram em declínio até a morte ou até ficarem entregues à irrelevância. E outras que entraram em declínio, chegaram próximas à morte, mas que conseguiram retomar o caminho do crescimento.

Nós achamos muito pertinente trazer este tema para nossas discussões porque, ao ver as armadilhas do declínio, eu e o Bayard começamos a identificar inúmeros exemplos de empresas de diversos portes em nossa região, que caíram nesta armadilha até morrerem ou serem vendidas ou até serem entregues à irrelevância. E o Bayard estará apresentando alguns destes exemplos. O mais interessante é que as armadilhas são muito sutis... Qualquer um de nós está sujeito a cair nelas a qualquer momento, principalmente naqueles momentos em que conquistamos algum sucesso. Isso porque justamente quando estamos indo bem, vendendo e ganhando melhor, é que nos tornamos mais vulneráveis a elas.

Temos estudado os padrões de sucesso. No PAG 1 vimos sobre ter Valores e Propósito, no PAG 2 vimos sobre ser um Líder Coach (ou Nível 5), no PAG 3 vimos sobre Seleção e Contratação, no PAG 4 sobre a Gestão do BSC, e no PAG 5 vimos o modelo Beta. Nossa proposta para o PAG 6 é rever tudo isso sob a luz do perigo. Do perigo de cair, do perigo de não conseguir êxito em nossos planos. Do perigo de não conseguirmos aplicar modelos ou processos que sejam importantes para nossa sobrevivência. Do perigo de agirmos errado, ou do perigo de não agirmos. Foi incrível e ao mesmo tempo chocante pra nós aprendermos que estamos muito mais próximos das dificuldades do que da bonança, e que somos um pouco escravos de atividades e rotinas que não nos levam a progresso nenhum. Tanto a ciência matemática como a ciência biológica estão nos mostrando isso.

Porém, o mais legal é que o caminho é simples. Se resume a uma palavra que sempre trazemos novamente às discussões: DISCIPLINA.

Aqui está um pequeno resumo da programação de nosso encontro da próxima quinta-feira:

1 - De PAG 1 ao PAG 5 : Lições e Benefícios => vamos discutir e refletir um pouco sobre tudo que já conversamos.

2 – O Padrão do Declínio : Vamos entender um pouco todos os passos que levam uma empresa ao buraco. E como eles se aplicam à nosso dia a dia, ou seja, será que estamos indo para o buraco ?

3 – Vamos analisar exemplos de empresas em nossa região que faliram ou fracassaram, e verificar se este padrão se aplica a elas.

4 – Sair do buraco: porque algumas empresas conseguem e outras não.

5 – Não existe milagre nem sorte, existe DISCIPLINA. O único segredo do acerto.

6 – A oportunidade que temos nas mãos com o BSC.

7 – Como capitalizar esta oportunidade.

Com esta programação, esperamos abordar o problema mais significativo que todos nós temos na empresa, e muitas vezes na vida. O problema de sermos uma pessoa, ou uma equipe, disciplinada.

Um grande abraço e até quinta,
Renan

quinta-feira, 10 de junho de 2010

PAG V - A Gestão Beta

Olá Amigos,

Estão tendo boas reflexões sobre os paradigmas que o Niels e a Valérya nos trouxeram? Agora que ficamos com a pulga atrás das orelhas porque muito da lógica que conhecemos até hoje foi desafiada pelos conceitos que eles apresentaram, precisamos trazê-los novamente para nos explicar melhor COMO é POSSÍVEL tornar isso realidade em nossas empresas. COMO é POSSÍVEL gerir nossas empresas sem planejamento, sem organogramas, sem cargos e salários, sem auditorias, sem metas fixas, sem comando e controle, sem orçamentos e enfim, sem burocracia...

Eu também estou bastante curioso, por isso estarei marcando o retorno da dupla para nosso encontro de 30 de Julho, no PAG 7.

Como vocês já devem ter lido um pouco do livro, seria interessante para o encontro de Julho, que vocês já preparassem um arsenal de perguntas e temas que gostariam que fosse abordados e explicados pelos dois. Me enviem este material por email para que eu possa encaminhá-los, e assim eles possam preparar e conduzir o próximo Workshop já focados nas necessidades e dúvidas específicas que vocês tiverem.

Penso que assim poderemos tirar um proveito bem maior.

Vocês podem baixar aqui os slides que foram apresentados por eles no Workshop.

Um grande abraço,
Renan